Pássaro sem asa
(in memoria de Airton Senna)
Não era pássaro,
Mas voou.
Voou para além
Da grande pista
Encontrou o muro...
Puro concreto
Foi um vôo estonteante
Macabro, infeliz
Levou-lhe a doçura
O sorriso... A vida!
Numa velocidade descontrolada
Partiu o campeão.
Em vez de champanhe... sangue
Em lugar do riso... Choro.
Até mesmo a bandeira verde e amarela
Cobriu-se de negro.
Foi-se o campeão
Para longínquas terras
Distantes paragens
Longe de nós.
Partiu o HOMEM
Ficou o MITO
Partiu o PILOTO
Ficou o HERÓI.
(Marajana Araújo)
Sem razão
Socorro Araújo
Minha
alma esta inquieta
Fervendo
como um vulcão
Sofrendo
de saudade
Por
uma grande paixão.
Meu
coração esta fechado
Por
conta de um sentimento sem razão
Um
homem desalmado
Roubou-me
o coração
Caminho
como zumbi
Sem
sonho e sem razão
Não
tenho mais ilusão
De
ser resgatada da escuridão.
Corpo,
alma e emoção
Trancados
no porão
Sem
ver a luz do dia
Nem
a alegria da paixão.
Vida
triste... Desolação
Passos
sem direção
Fogo
extinto, sem ação
Por
conta de um homem que partiu meu coração.
Uma
grande paixão
Foi
a minha perdição
Pássaro
de asa partida
Agora
vive sem ilusão.
SENHOR
DA VIDA
De repente, não mais que de repente
Ele se vai, se extingue, suspira.
Num esforço hercúleo para se manter vivo
Agoniza dia e noite,
Luta fervorosamente para viver,
Seus esforços parecem em vão.
A falta de razão e consciência
Do ser humano o destrói diariamente.
Quem é ele? De quem estou falando?
Do senhor da vida,
Daquele que abraça,
Acolhe dezena, centena e milhares de pessoas.
Falo do meu, do seu, do nosso Rio São Francisco.
Aquele que é carinhosamente chamado de Velho Chico
Que alimenta, que ama sem limite,
Que não distingue ricos de pobres.
O Rio da redenção,
Que inunda terras inférteis deixando para trás um rastro de
progresso.
O Chico dos nordestinos,
O pai da fartura.
Chico, Chico, Chico...
Não nos abandone
Sua agonia também é nossa
Se você morrer leva consigo toda uma região.
A luta é coletiva,
A sua vida é a nossa vida.
Estamos ligados numa mesma frequência
Chico... Chico... Chico...
Viva você... Viva eu... Viva nós... (Marajana
Araújo)
Sou
Francisco
Já fui forte e vigoroso
Temido e respeitado
Amado e reverenciado
Braço forte no sertão.
Já fui unidade nacional
Apogeu da região
Já fui cantando em versos
Admirado na nação.
Fui menino-adolescente
Homem forte e valente
Fui Chiquinho, Chico, Francisco
Hoje sou apenas o Velho Chico.
Mas, acredite ou não
Ainda sou força pulsante
Alquebrado, mas valente
Sou o Rio São Francisco do sertão!
Meu amigo não duvide
Se tiver chuva o velho fica jovem
O cansaço some e a cobra fuma
O velho Chico volta a ser Francisco.
Sou forte, sou valente
Sou força, sou secular
Sou o Rio da Redenção
Sou o braço forte da Nação! ( Marajana Araujo)
Verossemilhança
Socorro Araújo
Joguem
pedras nos falsos
Prendam
os dissimuladores
Denunciem
os enroladores e enganadores
Não
se deixem embromar pelos idiotas letrados
Mandem
para o inferno os doutores hipócritas
Os
cínicos sem visão humana
Abaixo
os destruidores de mentes.
Joguem
pedras nos desumanos
Afastem
da sociedade os politiqueiros
Amordacem
os inescrupulosos
Queimem
os ladroes e assassinos do povo
Não
se deixem aprisionar pelo medo
Quebrem
as amarras da falsa sociedade
Digam
não a escravidão do proletariado.
A
vida é muito mais que seu umbigo
A
exploração só acontece quando você permite
A
compreensão do seu presente te faz forte.
Desmistificando
a opressão ocorrera a libertação
Se
a vida te der uma segunda chance
Agarre
com unhas e dentes essa oportunidade
E
defenda seus direitos integralmente.
A
fala dos mansos tem poder
Mas,
os cordeiros na maioria das vezes,
São
lobos disfarçados de cordeiros
Que
comem suas vitimas sem piedade
Mas,
fingem que não tem nada a ver com isso,
São
espertos e perspicazes
Que
iludem os incautos e zombam dos inocentes.
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